quarta-feira, 9 de maio de 2018

Conversa de Galeria


            



                         Encontro com o professor Carlos e seus alunos do curso de História da Arte no SESC


  
    Foi uma noite bem interessante, afinal de contas são mais que admiradores e estudantes de arte.  São poetas, pintores, fotógrafos enfim artistas.






quinta-feira, 3 de maio de 2018



Traços, Tramas e Troncos:
Um olhar mais sensível para natureza


E nesse momento em que vivemos uma crise de valores, Elis nos convida a uma reflexão em sua exposição “Traços, Tramas & Troncos”, onde podemos associar sua ideia ao que encontramos no ambiente natural, podemos citar o padrão ramificado citado pela permacultura – em que um sistema de padrões e características é observado em ecossistemas naturais. O padrão ramificado, de Traços e Troncos, está nas árvores, por exemplo, é aquele que se inicia nas raízes, penetra o tronco e se estende até os galhos.

Ou, assim como nos rios que, sinuosos e ramificados, traçam sua rota em constantes renovações de suas águas e os traços que riscam, hidratam e nutrem as margens, refazendo sempre um novo caminho.

Quando associados  ao corpo humano, os traços ramificados seriam as veias e nas folhas os Traços representam os sistemas circulatórios que levam oxigênio e nutrientes. Se a natureza se organiza em padrões que são replicados de várias formas, é o seu olhar atento que capta nesses padrões, esses traços, que aguçam a percepção e aumentam a originalidade em seu trabalho criativo. 

As tramas da natureza nos mostram uma imensidão de trançados e possibilidades, um “mantra de formas” que se repete em uma estrutura matemática. Deste modo, em uma continuidade natural, processando a natureza imaginária, as trançadeiras tramam sua malha, produzindo belíssimas cestarias.

Assim como Elis, as trançadeiras entrelaçam dedos e fios e os trançados surgem como mágica, perfeitamente dispostos, fio a fio, organizando-se em perfeita harmonia, em uma verdadeira irmandade de fibras.

Nos desenhos e pinturas da artista, mergulhamos nas cores fortes, nos verdes iluminados, nos anéis de troncos e na matemática dos bambus em toda a sua harmonia. São belíssimas imagens, que retratam a natureza com vigor, formas sinuosas, traços contínuos e cores que contrastam e se complementam. Provocam no expectador o desejo imediato de estar próximo à natureza e convida a, quem sabe, também retratá-la. 

Vamos então mergulhar por meio do olhar de Elis Inácio nessa aventura maravilhosa, onde temos a natureza como foco e o homem como parte da trama desta a Teia da Vida.
                Texto de Virginia Gandres (Escritora, arqueóloga e ambientalista)