DIÁRIO de Viagem



          Episódio: Chave do carro presa no porta malas

        Estávamos visitando várias comunidades na região de Nova Friburgo, ficamos uma semana visitando escolas nos turnos da manha, tarde e também à noite e naquele dia em especial as visitas eram à tarde e também à noite. Tudo ocorreu muito bem, conversamos com a diretora, os professores e também com os alunos como sempre fazíamos, no final da aula fomos embora. Durante a viagem de volta da escola para o hotel onde estávamos hospedados seria uma boa distancia, algo em torno de duas horas. No decorrer da viagem minha amiga e parceira de trabalho, que ama plantas, se encantou com as hortênsias ao longo da estrada e não resistindo pediu que o motorista parasse o carro para que ela pudesse pegar uma flor e levar para plantar em seu jardim. A chuva estava fraca naquele momento e o motorista parou no acostamento e assim fomos ver as hortênsias. A dificuldade para pegar um buquê foi grande, sendo necessários jornais e uma sacola plástica, pois com a chuva havia bastante lama e barro no local. Depois de alguns minutos, talvez 30 ou 40 foi possível retirar um buquê azul e coloca-lo no porta malas com jornais e assim o motorista guardou. Ao entrarmos no carro, todos um pouco molhados e com pingos de lama foi que o motorista se deu conta de que a chave estava na mão junto com os jornais e a planta e desta forma ficou trancada dentro do porta malas. Foi então que tentamos pedir ajuda, mas não passavam carros na estrada, andamos um pouco a procura de chaveiros ou uma placa, telefone, propaganda que fosse. Por fim encontramos uma propaganda e conseguimos ligar para um chaveiro, depois de meia hora aguardando e enquanto aguardávamos o motorista tentava de alguma forma abrir a porta, foi então que lembrei que tinha uma chave reserva do carro do meu marido junto ao meu chaveiro e ofereci ao motorista, não é que deu certo! Ele abriu a porta, cancelamos o chaveiro e seguimos viagem.











          Episódio- Viajando para Amazonas: o aeroporto e a certeza da separação

      Difícil o trajeto até o aeroporto, muita tensão, lembranças embaralhadas, choros e vontade de desistir no meio do caminho, de voltar. Chego alguns momentos a sair de mim, não enxergo mais nada. São tantas fases, um turbilhão de sensações, sentimentos até que caio em mim e percebo que é preciso, não tem para onde correr, faz parte do show, da vida, do compromisso profissional. Enfim! Não tem volta. De repente, lembro-me: são 36 dias longe de casa, e o desespero volta; desta vez com mais força e os argumento já estão repetitivos para me convencer que navegar é preciso. Meu Deus! É tempo de mais! Respiro fundo e tento me acalmar. Começo a desviar o pensamento, tento trapacear a mente, penso no estacionamento, calculo a menor distância para descarregar as bagagens, planejo fazer um lanche e fazer o chek-in. Melhor o chek-in primeiro depois o lanche. E a certeza da separação. A separação, 36 dias, o abraço apertado, o coração sufocado, o beijo apaixonado que fez lembrar o tempo de namoro. Fujo dos amigos para não dividir o pouco tempo que me resta, cada minuto ao lado da única pessoa que não quero me separar naquele momento. Beijo, mais um beijo e outro; Como gostaria de eternizar aquele momento, àquela hora, aqueles poucos minutos que me restam para distribuí-los em doses homeopáticas, durantes as cinco semanas e um dia longe. Meu Deus o primeiro dia mal começou.









Um comentário:

  1. São várias histórias ao longo desses 9 anos de viagens e muito trabalho.

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